Lavando as mãos e de repente veio em minha mente uma percepção. Daí coloquei a cabeça fora da porta. E dei uma olhada na minha vizinhança. Ouvi um som, que já ouço a uns três dias seguidos.
É um barulho de motor acompanhado pelo silêncio. Parece tão contraditório; no local em que se ouvi sons, também sentir a discrição. Não obstante, foi isso o qual me chamou atenção.
Escutar e não ouvir ao mesmo tempo. Entretanto, o que me causou espanto foi no meio do ruído poder captar a mudez, no sentindo de que estamos passando por um momento no qual requer cuidado.
Visto que ninguém sabe ao certo do que se trata: qual é o remédio da cura, qual é a causa concreta, tantas perguntas, poucas ou quase nenhuma resposta.
_Então no meio disso tudo tive outro insight no qual aparenta que estamos em clima de final de ano: o barulho do motor é gente trabalhando em suas casas, reformando, crianças não indo nas escolas, cheiro de tinta fresca, tem pessoas pintando grades, os décimos terceiros sendo liberado, férias sendo distribuídas, aquela nostalgia de não saber o que vem pela frente, é a mesma do final de ano.
Logo o ano está findando e com ele foi muitas situações, pessoas, alegrias, tristezas, sonhos e fantasias.
No entanto, podemos reconstruir tudo com o novo ano. Ou quase tudo! Porém, não estamos em clima de férias! Tudo parou por conta de um vírus.
Por isso a sensação de final de ano, só pode ser aclamada no momento atual, pelo simples fato da nostalgia. Uma vez que, não temos garantia do modo da vida. No entanto, podemos ter a confiança que tudo será mais abrangente no sentindo de esperança. Assim como no barulho dos fogos alguns se renovam, espero que quando tudo acabar muitos busquem se aperfeiçoar. AUTORA, MARIA MATILDE
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