O DOCE E O AMARGO.
O doce e o amargo:
É a chegada, a partida.
O sorriso, a tristeza.
O nascimento, o falecimento.
O rompimento, o seguimento.
O contraste, o tratado.
O refúgio, a descoberta.
A plenitude e a solidão.
Todas elas estão aqui bem perto faz sentir-me; em um porão.
Um lugar estreito, confuso, libertino e libertador.
Escuro onde não enxergam nada e não sei exatamente onde irei-me parar.
No prazer, no regozijo, no júbilo, na lamúria, no lamento?
Pela madrugada vira noite amanhece.
e todos e tudo se fecham as cortinas.
A luz clara, segui um guia solitário e sem guarita a procura da salvação.
Quem eu?
Não.
Decerto outro dia mais adiante
onde estão os cadeirantes?
Que provavelmente, nos ensinem a andar.
Em ruas esburacadas e cheias de obstáculos para percorrermos.
As crianças fora da escola com uma cola na mão
quanta judiação.
Quantos bambinos sendo violentados maldição!
e os cegos com seus guias
que mais parecem eles
a nos guiar.
Os moradores de ruas vivam em ruas cheias de esperança
e encontrem corações solidários.
Quanto derramamento de sangue,
ai meu Deus!
Os doentes nos cure com suas dores latejantes e escaldantes.
Que os orfanatos se esvazie
e cada um encontrem família!
Que os soberbos virem gentis!
Que os cegos nos ensinem a ver!
Que os cadeirantes nos aconselhe a levantar!
Os derramamentos de sangue cessem e cessem sem parar.
Que as colas só sirvam para a escola, para colar.
Onde ruas não existam moradores de ruas.
Crianças não sejam violentadas.
Caminho não tenham tantos buracos, pra não causar tantos obstáculos.
Os guias tirem as traves dos olhos para poder aconselhar, pois, dois cegos não podem orientar o buraco atravessar(inclusive eu).
QUE AS DORES DOS DOENTES TENHAM CALENTOS!
Andar olhando e enxergando todos os movimentos a nossa volta:
nos traz revolta com tamanha injustiça.
Sobretudo causa nos preguiça de prosseguir de vez em quando.
É normal faz parte da vida!
Dá uma parada, e descortinar limpar tudo e todos em nossa volta;
uma vez por outra estou fazendo isso.AUTORA, MARIA MATILDE.
(GUIMARÃES ROSA: “O CORRER DA VIDA EMBRULHA TUDO. A VIDA É ASSIM: ESQUENTA E ESFRIA, APERTA E DAÍ FROUXA, SOSSEGA E DEPOIS DESINQUIETA.
O QUE ELA QUER DA GENTE É CORAGEM”).